Resumo: O trabalho se apresenta como um ensaio filosófico-epistemológico sobre a informação e a Ciência da Informação à luz da Teoria da Informação de Shannon, que completa 70 anos neste momento. Seu objetivo é propor um outro olhar para a a contribuição da Teoria da Informação para a Ciência da Informação a partir dos conceitos de informação e entropia. Para isto, assim como os teóricos que dialogam aqui, apoia-se no método dialético de argumentação. Inicialmente, conceitua-se informação a partir de visões sobre redução de incerteza, variedade e ruído com teóricos como Epstein, Wilden, Guillaumaud e Atlan. Em um segundo momento, discute-se a influência da termodinâmica para a compreensão da entropia e dela para o entendimento dialético de informação tanto como semelhante à entropia, por sua forma, (o que constitui uma tese), como oposta a ela, por sua atuação neguentrópica (antítese). Como proposta de síntese, aborda-se a macroética de Luciano Floridi e sua definição de ambiente informacional (infoesfera) associando entropia à destruição informacional do universo. Floridi vê a informação como um elemento ainda mais basal do que a vida e que, sendo assim, este deve ser o parâmetro fundamental para as considerações éticas. O que protege e faz a infoesfera florescer é bom, o que destrói informação e empobrece a infoesfera é ruim e a responsabilidade ética pode ser estendida não só a pessoas como a corporações e a outras entidades informacionais. Conclui que as reflexões sobre contexto, ruído e entropia, inspiradas pela Teoria da Informação, são elementos que compõem a construção social da informação. Sendo assim, a TI, mesmo que indiretamente, enriquece o lado social da Ciência da Informação.